As feiras agroecológicas são espaços de comercialização de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos, e produzidos a partir de uma dinâmica social e coletiva, com respeito às pessoas e ao meio ambiente. Em geral, as feiras agroecológicas espalhadas pelo Semiárido trazem um ambiente de confiança, interação, organização e envolvimento das famílias, consumidores/as e parceiros/as.
Na região do Araripe, o Chapada presta assessoria técnica às feiras agroecológicas dos municípios de Araripina e Ipubi e dos distritos de Nascente e Serrolândia. Cada feira conta com a colaboração de uma coordenação responsável por animar o coletivo, realizar reuniões periódicas de monitoramento e também recolher uma taxa simbólica de cada agricultor/a participante. A ideia é aproveitar o fundo financeiro do grupo para realizar a manutenção das barracas, aquisição de aventais e divulgação das atividades promovidas pela feira.
As feiras agroecológicas são vistas como uma oportunidade de comercialização socialmente justa e economicamente viável, já que os produtos da agricultura familiar não passam pelas mãos de atravessadores locais. Além disso, os espaços agroecológicos geram autonomia, renda e propiciam trocas de experiências e conhecimentos. Outro aspecto importante é que os/as agricultores/as envolvidos/as participam de intercâmbios e de momentos de formação e de discussão de políticas públicas relacionadas à agricultura familiar. Abaixo, conheça um pouco mais dessa realidade acompanhada pelo Chapada.
Criada em fevereiro de 2004, a Feira Agroecológica do município de Araripina conta com a participação direta de sete famílias agricultoras, entretanto dez famílias estão envolvidas no processo de comercialização, já que enviam seus produtos agroecológicos semanalmente.
O espaço oferece uma variedade de alimentos in natura e beneficiados, tais como, frutas, hortaliças, bolo, mel, goma, doces, além de ovos, galinha caipira e plantas medicinais.
A Feira Agroecológica de Araripina funciona no hortifrutigranjeiro da cidade, todas as sextas-feiras, a partir das 15h, e aos sábados pela manhã.
Criada em junho de 2005, a Feira Agroecológica do município de Ipubi é formada por sete famílias da região de Serra Branca e Sitio Pajeú. O espaço oferece frutas, verduras, ovos, fubá de milho, artesanato e plantas medicinais e ornamentais.
Para quem gosta de aproveitar a diversidade de sabores, a feira é conhecida pela grande oferta de frutíferas. A clientela geralmente aproveita para comprar frutas da época para o consumo da família.
A Feira Agroecológica de Ipubi acontece no centro da cidade, às segundas-feiras pela manhã.
Nascente é um distrito localizado a 40 quilômetros do município de Araripina. Em maio de 2015, um grupo de agricultores/as familiares decidiu criar uma feira para comercializar o excedente da produção de alimentos agroecológicos. Atualmente 18 famílias estão organizadas em dez barracas e ofertam hortaliças, frutas, ovos de galinha caipira, além de lanches e panos de prato em croché.
A Feira Agroecológica de Nascente oferece alimentos saudáveis ao lado da igreja matriz, todas às terças-feiras pela manhã.
Serrolândia é um distrito localizado a 18 quilômetros do município de Ipubi. Há cinco anos, foi criada a Feira Agroecológica de Serrolândia com a participação de seis famílias agricultoras, que comercializam frutas (in natura e polpas), verduras, além de produtos derivados da mandioca como sequilhos, goma e bolo. O espaço funciona no centro do distrito, aos domingos pela manhã.
As feiras agroecológicas dos municípios de Araripina e Ipubi estão cadastradas no site: feirasorganicas.idec.org.br, que traz o mapa das feiras orgânicas no Brasil.
Realizar ações de recuperação do bioma caatinga e seus ecossistemas, de nascentes e da mata ciliar; implantar viveiros florestais, casas e/ou banco de sementes comunitários e familiares, contribuindo para o combate aos processos de desertificação.
Desenvolver ações voltadas para a implantação e o desenvolvimento de sistemas agroecológicos, com foco nos quintais produtivos, na mandiocultura, horticultura, produção de mel, criação de caprinos, ovinos e galinhas caipiras.
Implementar iniciativas de convivência com o Semiárido, com base na construção de tecnologias hídricas e na cultura de estoque de água, tanto para o consumo humano da família, das comunidades, das escolas e dos espaços comunitários como também para a produção de alimentos e dessedentação animal, contribuindo, assim, para a erradicação da pobreza.
Qualificar as famílias em planejamento da propriedade e desenvolvimento de capacidades empreendedoras. Fornecer assessoria técnica para o gerenciamento de unidades de beneficiamento, feiras agroecológicas e de caprinos e ovinos, artesanato, além de promover o acesso aos programas de compras governamentais.
Desenvolver ações que contribuem com a formação cidadã, cultural e profissional de jovens, promovendo o acesso às fontes da cultura local, regional e nacional, valorizando e difundindo manifestações artísticas, sociais e linguísticas. Estimular processos de organização social de jovens nas comunidades através da partilha de temas de interesse comum, contribuindo com o envolvimento em atividades comunitárias e de desenvolvimento local.
A comunicação institucional dialoga com a necessidade de dar voz aos homens e às mulheres do campo, trazendo à público os seus sonhos e as suas histórias. A comunicação permeia todo o processo que envolve a mobilização das famílias agricultoras, contribuindo com a disseminação de conhecimentos e experiências exitosas de convivência com a região semiárida. Dessa forma, a comunicação assume o papel central de dar visibilidade às ações desenvolvidas, por meio de instrumentos que concorrem para o fortalecimento do protagonismo de agricultores e agricultoras. O Chapada vem também estimulando o debate sobre o direito à comunicação nos espaços de representação política, consolidando as relações de parceria com a sociedade civil organizada e os governos.
Destaca-se também que, em todas as ações, a igualdade de gênero é tratada como prioridade, com ênfase na visibilidade e na valorização do trabalho, na participação e nos direitos das mulheres.
Programa Cisternas nas Escolas
Financiadores/Parceiros: Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário – MDSA/ASA Brasil
Período de Execução: maio de 2017 a outubro de 2018
Atividades Desenvolvidas: Encontros territoriais com a comissão municipal da ASA; seleção e cadastramento das escolas e com as comunidades locais; capacitações em gestão de recursos hídricos escolar; educação contextualizada e capacitação de pedreiros.
Total de Escolas Beneficiadas/Cisternas Construídas: 46 cisternas de 52 mil litros.
Total de Municípios: Araripina, Cabrobó e Orocó.
Pernambuco Mais Produtivo
Financiadores/Parceiros: Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária – Sara/Governo do Estado de Pernambuco
Período de Execução: novembro de 2014 a dezembro de 2017
Atividades Desenvolvidas: Prestação de serviço ao Governo do Estado de Pernambuco na execução do Projeto Pernambuco Mais Produtivo, no âmbito do Programa Brasil Sem Miséria – PBSM, da Sara/Seaf/PE, objetivando a implementação de 1.780 tecnologias sociais de acesso à água para a produção de alimentos (cisterna-calçadão de 52 mil litros), a fim de contribuir, por meio de processo educativo, para a transformação social, visando a preservação, o acesso, o gerenciamento e a valorização da água como direito essencial à vida e à cidadania, ampliando a compreensão e a prática de convivência sustentável e solidária com o ecossistema do Semiárido.
Total de tecnologias em construção: 1.780
Projeto Quintais que Mudam o Sertão
Financiadores/Parceiros: Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA/Governo Federal
Período de Execução: novembro de 2014 a fevereiro de 2018
Atividades Desenvolvidas: prestação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), destinados a famílias de agricultores e agricultoras, visando consolidar e ampliar processos de promoção da agroecologia existentes para a promoção do desenvolvimento local/territorial e de seus processos organizativos, considerando seus diferentes processos de transição e as diretrizes da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – Pnapo, em municípios do Estado de Pernambuco/PE.
Total de famílias beneficiadas: 450
Programa Convergir: Mandiocultoras do Araripe (projeto de formação da rede de agentes de políticas públicas para mulheres rurais da mandiocultura)
Financiadores/Parceiros: Secretaria da Mulher do Governo do Estado de Pernambuco
Período de Execução: dezembro de 2015 a julho de 2017
Atividades Desenvolvidas: Participação de 150 mulheres que trabalham na cadeia produtiva da mandiocultura — e 75 crianças (filhos das mulheres) — de um curso sobre formação sociopolítica com recortes de gênero (80 horas-aula) e outro sobre tecnologias sustentáveis aplicadas ao cultivo e processamento da mandioca (80 horas-aula). Durante os cursos, as mulheres também se envolveram em atividades recreativas.
Pesquisa Sistemas Agrícolas Familiares Resilientes a Eventos Ambientais Extremos no Contexto do Semiárido Brasileiro: Alternativas para o Enfrentamento dos Processos de Desertificação e Mudanças Climáticas, nos nove estados do semiárido brasileiro.
Período de Execução: 2013 a 2015
Atividades Desenvolvidas: Estudos socioeconômicos e ecológicos em unidades agrofamiliares (10 agroecossistemas no Sertão do Araripe) e em transição agroecológica, visando elucidar as estratégias agrícolas e sociais utilizadas pelos agricultores que lhes têm possibilitado resistir e/ou se recuperar dos impactos dos eventos ambientais extremos.
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2)
Financiadores/Parceiros: Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS/Associação Programa 1 Milhão de Cisternas para o Semiárido – AP1MC
Período de Execução: outubro de 2015 a abril de 2016
Atividades Desenvolvidas: Implementação de tecnologias sociais de acesso à água para a produção de alimentos, a fim de contribuir por meio de processo educativo com a transformação social, visando a preservação, o acesso, o gerenciamento e a valorização da água como direito essencial à vida e à cidadania, ampliando a compreensão e a prática de convivência sustentável e solidária com o ecossistema do Semiárido.
Total de Famílias Beneficiadas: 71
Projeto Juventude Rural Disseminando Boas Práticas no Campo
Financiadores/Parceiros: Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – Fida, e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – Iica.
Período de Execução: outubro a dezembro de 2015
Atividades Desenvolvidas: Realização de três intercâmbios com 45 jovens (23 mulheres e 22 homens) dos municípios de Araripina, Santa Filomena e Exu. Os jovens participantes dos intercâmbios visitaram três propriedades rurais (com uma diversidade de atividades produtivas agroecológicas), duas unidades de beneficiamento e uma feira agroecológica. Todos os empreendimentos estão situados no município de Araripina.
Projeto Escola das Águas
Parceria: Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas – Caatinga, e Centro de Educação Comunitária Rural – Cecor
Apoio: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IF Sertão/Campus Ouricuri
Patrocínio: Petrobras
Período de Execução: setembro de 2013 a setembro de 2015
Atividades Desenvolvidas: No contexto da educação para a qualificação profissional, os jovens participaram de capacitação em construção de tecnologias hídricas para a captação e o manejo das águas e em estratégias de convivência com o Semiárido, criando, assim, condições para a geração de renda através do acesso ao mercado de trabalho.
Total de Jovens Beneficiados: 360, com idade entre 18 e 29 anos, moradores da zona rural dos municípios pernambucanos de Araripina, Exu, Flores, Granito, Ouricuri, Parnamirim, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Filomena e Serra Talhada.
Programa Brasil Sem Miséria
Financiadores/Parceiros: Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA/Governo Federal
Período de Execução: dezembro de 2011 a fevereiro de 2014
Atividades Desenvolvidas: Prestação de serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater, nas propriedades rurais e implantação de atividades produtivas: Araripina (240 famílias), Ipubi (160 famílias), Bodocó (160 famílias), Exu (320 famílias), Granito (80 famílias) e Moreilândia (160 famílias).
Total de Famílias Beneficiadas: 1.120
Atividades Desenvolvidas: Assessoria técnica permanente, voltada para famílias de comunidades e assentamentos de agricultura familiar em área de atuação direta do Projeto Manejo Sustentável de Terras do Sertão Semiárido — municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Moreilândia e Ouricuri. Acompanhamento do desenvolvimento das feiras de produtos agroecológicos, com monitoração do processo de comercialização (a feira agroecológica de Ipubi no ano de 2013 teve um faturamento de R$ 32.853,00, já a feira de Araripina faturou R$ 60.141,00).
Total de Famílias Beneficiadas: 696
Período de Execução: 06 de março de 2013 a 31 de dezembro de 2013
Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural) – Construção de cisternas de placas de 16 m3.
Período de Execução: outubro de 2012 a novembro de 2013
Atividades Desenvolvidas: Realização de 120 cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos (3.600 beneficiários de cisternas capacitados) e 36 cursos de Pedreiro (360 pedreiros capacitados); construção de 3.600 cisternas de placas de 16 m³: Ipubi (315 cisternas), Belém de São Francisco (39 cisternas), Mirandiba (420 cisternas), Parnamirim (420 cisternas), São José do Belmonte (600 cisternas), Salgueiro (600 cisternas), Trindade (186 cisternas), Carnaubeira da Penha (600 cisternas) e Moreilândia (420 cisternas).
Total de Famílias Beneficiadas: 3.600
Projeto Construindo um Sertão Solidário e Sustentável
Financiadores/Parceiros: Associação Quilombola de Conceição das Crioulas – AQCC, Centro de Educação Comunitária Rural – Cecor, e Serviço Internacional Britânico – Unais (com fundos provenientes da União Europeia)
Período de Execução: Janeiro de 2010 a dezembro de 2012.
Atividades Desenvolvidas: Realização de 07 reuniões de apresentação do projeto, 21 oficinas de diagnóstico das comunidades/propriedades, 21 oficinas de planejamento das atividades do projeto, 07 formações de núcleos municipais de gestão do projeto, 77 capacitações em comunidades e escolas sobre segurança alimentar, 21 intercâmbios territoriais, 07 reuniões com as prefeituras e a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, 07 capacitações para projetos sobre o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, 07 oficinas sobre comercialização, 14 capacitações sobre desenvolvimento organizacional, 112 implantações de Unidades Produtivas Agroecológicas – UPAs; implantação de 14 de Unidades de Pequenos Animais e Apicultura – Upans, 70 de quintais produtivos e 07 hortas escolares; fortalecimento de 03 unidades de processamento e beneficiamento; participação em 14 reuniões de grupos conselhos e fóruns; e atualização constante do website do projeto.