ONG CHAPADA

Aos 29 anos, ONG Chapada mantém viva sua missão em defesa da agroecologia no Semiárido

Com quase três décadas de atuação, organização celebra conquistas e vislumbra desafios para as famílias sertanejas

Por Mariana Landim – Assessora de Comunicação do Chapada

Foi numa época em que a seca ainda era vista como vilã da pobreza, que foi fundado o Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe (Chapada), em maio de 1994, na cidade de Araripina (PE). Formado por um grupo de agricultores/as e técnicos/as, havia uma certeza comum de que era preciso pensar caminhos que pudessem melhorar as condições de vida das famílias rurais. Diferente na composição, semelhante nos propósitos. E assim, o Chapada chegou até 2023.

Considerando que o acesso à água de qualidade é a principal necessidade para quem vive no campo, durante a sua trajetória, a entidade desenvolveu projetos e estabeleceu parcerias importantes com o objetivo

de garantir às famílias camponesas, o direito a esse bem público vital. Nesse sentido, milhares de tecnologias sociais hídricas foram construídas no Semiárido pernambucano e piauiense. “O Chapada celebra seu aniversário junto às famílias agricultoras da região. É muito gratificante acompanhar os frutos desse trabalho tão significativo para agricultura familiar”, afirma a presidenta da instituição, Regina Coelho.

Mas para conviver bem com as peculiaridades do clima e enfrentar as adversidades sociais e econômicas, foi preciso investir também em ações e iniciativas de recuperação e conservação do meio ambiente e de fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica. Nessa perspectiva, o Chapada apóia e incentiva famílias agricultoras a experimentarem práticas sustentáveis que ajudam a transformar a realidade de crianças, jovens, homens e mulheres.

“Desejo parabéns ao Chapada pelos 29 anos, pois fui acolhida por todas as pessoas da equipe. Tenho muito orgulho de ter sido beneficiada com a cisterna-calçadão, porque depois dessa conquista minha vida mudou muito e para melhor”, destaca dona Eliete Macedo, moradora da Serra da Rancharia, em Araripina. Além de ter conquistado a tecnologia, que armazena 52 mil litros de água para produção de alimentos e criação de pequenos animais, a agricultora participou de capacitações e recebeu assessoria técnica. Na propriedade dela é encontrado um quintal produtivo farto e um banco de sementes diverso.

Para o Chapada, é importante comemorar as conquistas que marcam a caminhada, mas sem perder de vista as lutas que justificam a sua existência, especialmente a defesa da igualdade de gênero e dos direitos das crianças e adolescentes. Além disso, é imprescindível avançar no combate à fome, através de políticas públicas que garantam a soberania e a segurança alimentar para as famílias do Semiárido. “Chegamos até aqui valorizando o processo e os aprendizados inerentes ao trabalho desenvolvido, ao mesmo tempo em que sabemos da responsabilidade de continuar fortalecendo a missão. Desejamos ampliar as parcerias para contribuir na multiplicação de experiências exitosas protagonizadas por jovens, mulheres e pelos povos tradicionais”, revela o coordenador geral da organização, Tales Matos.

Rolar para cima